Nos fascículos anteriores foram apresentados os principais conceitos sobre a acessibilidade na Web. No primeiro conhecemos sua definição e principalmente a importância do desenho universal de uma página web. No segundo fascículo, apresentamos os benefícios de tornar a Web acessível e as legislações que protegem o cidadão no caso de uma barreira de acesso em uma página. Nele, também mostramos o que o cidadão pode fazer quando encontrar uma página que apresente barreira de acesso e como exigir que seus direitos de consumo e acesso sejam preservados.
Nesta terceira publicação são apresentados ao leitor de forma mais detalhada os principais beneficiados da Web acessível, que não cria barreiras de acesso e permite que qualquer pessoa consiga navegar, interagir e publicar conteúdo. Para isso, é importante compreender o conceito de "pessoa com deficiência". Quem é uma pessoa com deficiência e qual tipo de implicação essa pessoa tem ao navegar em uma página web com barreiras de acesso? Quais são as dificuldades e qual tipo de tecnologia assistiva as pessoas podem utilizar para navegar com autonomia na rede?
Contextualizar o conceito sobre pessoa com deficiência é importante para compreender como elas navegam na Web. Esse detalhe é fundamental para conhecer as barreiras que as pessoas com deficiência podem encontrar em uma página mal codificada. Dessa forma fica muito mais fácil tomar medidas e identificar quais os problemas de uma determinada página em relação a tais barreiras.
O objetivo deste fascículo é principalmente criar a empatia no leitor com as mais diversas formas de navegação. Entendendo como as pessoas com deficiência navegam, fica muito mais fácil compreender as referências técnicas e implementar recursos para garantir que a Web seja efetivamente de todos e para todos.
Em sua definição mais genérica[1], acessibilidade na Web é considerada como a possibilidade e a condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização dos sítios e serviços disponíveis na Web em igualdade de oportunidades, com segurança e autonomia. Desse ponto de vista, caberia aqui inverter a pergunta mais natural, ou seja: quem não está incluído no público-alvo da acessibilidade web?
Quem nunca acessou a Web usando uma tela muito pequena ou com pouco contraste, a partir de uma conexão muito lenta, um navegador desatualizado ou um dispositivo incomum? Quem nunca precisou usar a Web num ambiente com luminosidade inadequada, com muito ruído, ou que exigia atenção em tarefas simultâneas? Quem nunca precisou utilizar a web tendo uma das mãos ocupada, imobilizada ou com os movimentos restritos?
Um grupo que não é considerado no conjunto de pessoas com deficiência, mas que é beneficiado pela Web acessível é o de pessoas com baixo letramento, já que uma página web[2] acessível é mais fácil de navegar. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, cerca de 7% da população brasileira podia ser considerada analfabeta [1]. De forma complementar, o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) aponta em sua pesquisa de 2015 que 27% da população é de analfabetos funcionais [2].
Portanto, acessibilidade se refere à utilização da Web em igualdade de oportunidades, com segurança e autonomia. O seu público-alvo somos todos nós, usuários atuais e futuros, dos serviços e sítios web.
Existe, entretanto, um grande grupo de usuários para os quais a acessibilidade é indispensável, já que a sua necessidade não é circunstancial, nem temporária, nem opcional, nem facilmente contornável: o grupo das pessoas com deficiência. Para essas pessoas, o acesso à Web é muito mais significativo do que para as demais, pois, na maioria dos casos, essa é a única possibilidade de acesso à informação e comunicação.
Embora não sejam consideradas pessoas com deficiência, devemos incluir aqui duas parcelas expressivas da população. A primeira, da qual, na melhor das hipóteses, todos participamos, é a população crescente de pessoas idosas, que comumente possuem algum nível de comprometimento visual, auditivo, motor, intelectual, ou uma combinação destas. A segunda parcela é formada por pessoas que possuem características diversas, isto é, apresentam condições que não são consideradas como deficiência, e que muitas vezes não são identificadas nem nomeadas, mas que resultam alguma dificuldade para acessar a Web.
Há pessoas que, apesar de não terem nenhuma deficiência, precisam de ajuda para resolver suas questões práticas por meio da Web. Essas situações podem ser desde uma leve dificuldade em enxergar uma determinada cor até a impossibilidade de compreensão de um texto em uma página web. Se a Web é para todos, por que pensarmos que o esforço de adaptação deve vir unicamente dessas pessoas e não da Web?
[1] Para um melhor detalhamento, ver o item 2.3 do fascículo 1
[2] Uma página de informações na Internet sobre um determinado assunto, que forma (parte de) um sítio web. Fonte: Cambridge English Dictionary
Existem algumas razões para as pessoas terem diferentes graus de deficiências auditivas, intelectuais, físicas, de fala e visuais. As deficiências podem ser congênitas (de nascimento), causadas por doença ou acidente, ou decorrentes do envelhecimento [3].
A Lei n. 13.146, de 2015, conhecida como Lei Brasileira de Inclusão (LBI) [4], considera pessoa com deficiência "aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas".
Essa definição está fundamentada em três importantes características :
A Lei nº 13.146/15, popularmente conhecida como LBI e também Estatuto da Pessoa com Deficiência, inspirou-se nas principais diretrizes da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a qual o Brasil tornou-se signatário através do Decreto nº 6949/09[5], incorporando o ordenamento jurídico brasileiro e estabelecendo regras específicas para a tutela de direitos dos cidadãos com deficiência.
O primeiro grande passo internacional na direção dessa nova conceituação da deficiência foi dado em 2001, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) revisou sua Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (ICIDH), para o Sistema de Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)[6], que se tornou a referência adotada pela OMS para descrever, avaliar e medir a saúde e a incapacidade seja no âmbito individual ou da população.
A CIF define a deficiência como os "problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda". Com relação à classificação anterior, de 1980, a CIF alcançou diversos avanços conceituais, dentre os quais podem ser citados:
A falta de dados e estatísticas sobre pessoas com deficiência contribui para a invisibilidade das pessoas com deficiência. Isso representa um obstáculo para o planejamento e melhoria das vidas e bem-estar dessas pessoas [7]. Segundo o Censo do IBGE de 2010, entre os 190 milhões de brasileiros, 45,6 milhões (o equivalente a 23,9% da população) [8] possuem algum tipo de deficiência, a saber:
A invisibilidade dessas pessoas é um problema que tem graves consequências para toda a sociedade e, portanto, deve ser encarado por todos nós. Mas, na prática, por que essa invisibilidade acontece?
Pense bem, quantos colegas seus na escola tinham deficiência, ou eram simplesmente, diferentes dos demais? Como eles eram tratados? Quantas piadas sobre cadeirantes ou cegos você já ouviu? Você já contou alguma?
Ao mesmo tempo, você já trabalhou ou atendeu uma pessoa com deficiência, ou simplesmente diferente de você? Lembra-se de algum fato ocorrido envolvendo pessoas com deficiência? Envolveu sua participação?
Durante muito tempo, as pessoas com deficiência tiveram pouco convívio social. Em primeiro lugar, elas apresentavam uma expectativa de vida mais abreviada [11], pois não podiam contar com os recursos médicos e tecnológicos hoje disponíveis. Aquelas oriundas de famílias de baixa renda, ao não encontrar oportunidades no mercado de trabalho, acabavam na rua, pedindo esmola. Uma condição degradante que intensificou o estigma equivocado de que pessoas com deficiência são incapazes, não sendo úteis à sociedade.
Devemos lembrar que nem todas as deficiências são aparentes. Ninguém carrega um cartaz informando sobre suas características e dificuldades. Mesmo quando evidente, uma deficiência pode passar despercebida num grupo ou numa situação específica. Por exemplo, quando alguém liga para um serviço de atendimento ao cliente, não sabe que está sendo atendido por uma pessoa cega usando um sintetizador de voz para ler a tela, ou então que o atendente não tem os braços e usa um teclado especial para digitar com os pés.
Quando paramos para pensar, podemos nos lembrar de várias situações que envolvam pessoas com deficiência. O amigo que tem uma irmã que não consegue preencher uma requisição de documentos porque é cega, uma senhora em cadeiras de rodas que tenta entrar no banco mas não consegue, porque o local não tem acessibilidade etc.
Felizmente isso está mudando, mesmo que aos poucos. As pessoas com deficiência fazem parte de nossa sociedade. Atualmente e cada vez mais vivem, estudam, se locomovem, trabalham, vão a bares e restaurantes. Elas fazem parte do nosso cotidiano, da vida em sociedade.
Em 2010, o Censo do IBGE[3] buscou identificar a severidade das deficiências dividindo-as nos seguintes graus de dificuldade:
Agrupamentos de "tipos de deficiência" ainda são uma forma comum de abordagem na proposta de soluções. No entanto, nem a Convenção [5] nem a LBI [4] trabalham dessa forma. Dados sobre deficiência, como os do IBGE, são informações valiosas, mas devem ser vistos e analisados no contexto a serem aplicados. Segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência da ONU[10], embora os países possam precisar de informações sobre as deficiências - por exemplo, para ajudar a elaborar serviços específicos ou para detectar e evitar discriminação -, a utilidade desses dados é limitada, uma vez que as taxas de prevalência resultantes não são indicativas de toda a extensão da deficiência .
O grupo das pessoas com deficiência é muito heterogêneo. Essa diversidade tem relação com diversos fatores, como escolaridade, condição socioeconômica, situação política e o ambiente. Fatores ambientais incluem desde nutrição, doenças passíveis de prevenção, saneamento, segurança nos meios de transporte etc. Há uma forte correlação entre pobreza e deficiência [10]. Mesmo pessoas com o mesmo tipo de deficiência têm necessidades de auxílios em graus muito diferentes.
Portanto, podemos dizer que quanto mais acessível for o ambiente, mais as pessoas com deficiência terão autonomia.
Apesar de parecer inicialmente complexo não separar em tipos, devemos lembrar que as próprias Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG)[11] e as orientações do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico(eMAG)[12] para o governo brasileiro, não estão separadas por deficiências. Isso ocorre porque uma recomendação pode atender mais de um tipo de pessoa. Por exemplo, a navegação por teclado é importante tanto para as pessoas cegas quanto para aquelas que possuem restrição de movimento.
Os agrupamentos descritos nas próximas seções - deficiências visual, auditiva, intelectual, física e de fala [3] - servem mais para mostrar como certos grupos acessam comumente a Web do que apresentar uma definição cientificamente acurada. Assim, serão detalhados aqui apenas aqueles aspectos de cada deficiência que interferem diretamente na possibilidade e condição de acesso à Web.
Assim como em outros tipos de deficiência, a visual apresenta diferentes graus de severidade, passando por pessoas que não podem diferenciar ou mesmo não enxergar determinadas cores, como os daltônicos[4], até a cegueira total, que é a perda completa da visão em ambos os olhos.
Dependendo do grau de severidade, para acessarem sítios web, as pessoas com deficiência visual podem necessitar de auxílios tecnológicos (tecnologia assistiva). Além disso, podem também apresentar maior ou menor grau de dificuldade em ultrapassar determinadas barreiras de acesso à Web.
Com relação às dificuldades encontradas para acessar a Web, pode-se dividir a deficiência visual nos seguintes subgrupos: cegueira, baixa visão (que possui níveis de moderado a profundo) e daltonismo.
Uma pessoa é considerada cega se apresenta um comprometimento visual em ambos os olhos, e não possui ou possui de forma muito reduzida, a percepção visual de forma e de luz.
Esses indivíduos precisam usar recursos de tecnologia assistiva, principalmente programas leitores de tela, com os quais navegam na Internet utilizando o teclado em vez do mouse e acessam a informação por meio de sintetizadores de voz ou de displays Braille.
Uma pessoa é considerada com baixa visão (ou visão subnormal) se possui um comprometimento visual em ambos os olhos - mesmo depois de passar por tratamentos e correções com óculos e outras lentes -, mas que, apesar disso, ainda é capaz de utilizar a visão para executar tarefas. A baixa visão pode ser desde moderada (quando permite que o indivíduo tenha uma independência similar à das pessoas que não possuem comprometimento visual) até profunda (que é próxima à cegueira, tornando a pessoa mais dependente de recursos de tecnologia assistiva e de acessibilidade digital). [13]
A baixa visão inclui pessoas que não enxergam com nitidez, que veem com visão turva e ainda aquelas que enxergam apenas no meio do campo visual ou nas bordas.
Para conseguirem ter acesso aos conteúdos e funcionalidades dos sítios web, as pessoas com baixa visão geralmente precisam alterar a apresentação das páginas, adequando-as às suas necessidades. Por exemplo:
O daltonismo é uma denominação genérica para as pessoas que percebem alterações na visão das cores, podendo não enxergar os tons de verde, azul, vermelho ou nenhuma cor.
Os daltônicos costumam enfrentar dificuldades para acessar conteúdos web com baixo contraste, como letras em cinza-claro sobre fundo branco. Muitas vezes eles precisam alterar a apresentação das páginas, adequando-as às suas necessidades. Outro problema enfrentado pelos daltônicos é o acesso às informações indicadas exclusivamente em cor, como, por exemplo páginas web que exibem mensagens de alerta como: "os voos em vermelho estão atrasados" ou "as informações em azul são obrigatórias". Pessoas que não conseguem enxergar determinadas cores podem não compreender os alertas.
A deficiência auditiva pode variar de leve a moderada, em um ou ambos os ouvidos, ou ainda significar um agravamento considerável e, em muitos casos, irrecuperável da audição em ambos os ouvidos (surdez).
Dependendo do grau de severidade da deficiência auditiva, algumas pessoas podem ouvir sons, mas, muitas vezes, isso não é o suficiente para se compreender o que é dito, particularmente em ambientes onde haja ruídos. Isso inclui as pessoas que usam aparelhos auditivos, implantes cocleares ou outras tecnologias para melhorar o som.
Em particular, os indivíduos com surdez severa costumam experimentar maior dificuldade com a fala e, consequentemente, com a língua portuguesa. Para grande parte dessas pessoas, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a primeira e, muitas vezes, a única língua aprendida. Segundo a Federação Mundial de Surdos (World Federation of the Deaf - WFD) aproximadamente 80% das pessoas surdas não recebem nenhuma educação. Os mais impactados são mulheres, meninas e pessoas surdas em países em desenvolvimento. [14]. Dessa forma, é muito frequente que as pessoas surdas tenham grande dificuldade com o português, idioma diferente e mais complexo, e que é geralmente aprendido mais tarde como segunda língua.
Pessoas com deficiência auditiva com grau severo/profundo que tem domínio na língua portuguesa (seja porque perderam a audição após aprender o idioma, seja porque tiveram apoio fonoaudiológico e pedagógico na primeira infância) nem sempre tem total acessibilidade aos conteúdos dos sítios, principalmente os disponibilizados em forma de vídeos ou podcasts. Essas pessoas, salvo aqueles que conseguem ouvir devido a próteses, precisam de legendas (tanto para diálogos quanto para sons e descrição da trilha sonora) e transcrição escrita dos áudios para compreender o conteúdo audiovisual, seja ele um filme na Web ou um curso a distância em vídeo.
Surdocegueira é " uma deficiência singular que apresenta perdas auditivas e visuais concomitantemente em diferentes graus, levando a pessoa com surdocegueira a desenvolver diferentes formas de comunicação para entender e interagir com a sociedade." [15].
Independentemente do grau em que se classifique uma pessoa com surdocegueira, ela certamente apresenta grande dependência do uso de tecnologia assistiva. Mesmo assim, há dificuldades em superar as barreiras quase intransponíveis de acessibilidade, já que a maioria dos recursos disponíveis para pessoas cegas utiliza a audição e, para pessoas surdas, utiliza a visão.
Para acessar a Web, as pessoas surdocegas utilizam geralmente programas leitores de tela, configurados para enviar a informação para um display Braille. Dependendo do grau da deficiência, utilizam também ampliadores e leitores de tela com sintetizador de voz.
É importante ressaltar que, quanto maior a dificuldade de comunicação, mais importante se torna o acesso à Web para a vida de um indivíduo surdocego.
As pessoas com deficiência intelectual ou as que apresentam quadro neurológico alterado reúnem restrição cognitiva, distúrbios comportamentais e também os de saúde mental que não são necessariamente neurológicos. As limitações podem interferir na capacidade em que bem as pessoas ouvem, se movem, veem, falam e entendem informações.
Muitas pessoas com restrições cognitivas têm grandes dificuldades com blocos de texto justificados (alinhados às margens esquerda e direita), pois as páginas com espaços desiguais entre as palavras pode dificultar a leitura.
As deficiências físicas ou motoras incluem distúrbios como fraqueza, movimentos involuntários, tremores, falta de coordenação, paralisia, limitações da sensação, distúrbios das articulações, dor que impede o movimento e ausência de membros.
Pessoas com deficiência física podem conseguir usar apenas o mouse ou apenas o teclado (ou dispositivos equivalentes). Elas podem precisar de mais tempo para digitar, clicar ou executar outra interação, e também só podem digitar batidas de teclas únicas em sequência em vez de batidas de teclas simultâneas ("ctrl+alt+tecla", por exemplo). Trata-se de indivíduos mais propensos a cometer erros ao digitar e clicar, às vezes com problemas para clicar em pequenas áreas e executar outras ações que exijam precisão com o mouse - dificuldades que compartilham com pessoas que possuem deficiências visuais e intelectuais.
Pessoas com esse tipo de deficiência podem apresentar dificuldades para falar de forma clara e compreensível, bem como em um volume suficientemente alto para que possam sempre ser compreendidas por outras pessoas e por programas de reconhecimento de voz.
São diversas as alterações na fala, que podem variar desde aquelas mais simples, como a dificuldade em articular os sons de maneira certa, até as mais complexas, como a ausência completa da voz, gagueiras intensas e transtornos que podem ser causados por problemas neurológicos e que impedem ou prejudicam muito a comunicação oral [16]. Essas pessoas encontram barreiras em sítios e serviços web que sejam baseados exclusivamente em voz, tais como aplicações web operadas por comandos vocais. Além desses serviços, é preciso oferecer formas alternativas de interação e comunicação, por isso, não se deve oferecer somente números de telefone como canal de comunicação entre usuários e empresas.
É a associação de duas ou mais deficiências[17] primárias, sejam elas físicas, visuais, auditivas, neurológicas no mesmo indivíduo. O próprio conceito de deficiência múltipla divide os estudiosos. Para alguns, é uma deficiência de tamanha severidade que acarreta consequências em outras áreas[18]
Nós, mais velhas [8]
Quase a metade da população com deficiência visual (49,8%) é constituída de pessoas acima dos 65 anos. A deficiência motora é a segunda mais frequente, ocorrendo em 38,3% da população, seguida pela auditiva (25,6%) e pela mental ou intelectual (2,9%).
À semelhança da população total, também há mais mulheres com deficiência do que homens, sendo 19.805.367 (21,2%) de homens e 25.800.681(26,5%) de mulheres com algum tipo de deficiência (numa razão de 76,7 homens para cada 100 mulheres) .
Os dados do Censo 2010 do IBGE mostram que os distúrbios atingem as pessoas em qualquer idade, algumas desde o nascimento, outras ao longo da vida.
[3] O IBGE padronizou as pesquisas sobre pessoas com deficiência do Censo com base no Grupo de Washington, do qual o Brasil faz parte. Fonte: https://biblioteca.ibge.gov.br/ visualizacao/ periodicos/98/ cd_2010_nupcialidade_ fecundidade_migracao_amostra.pdf
[4] Não existe consenso se o daltonismo é considerado uma deficiência. Legislações de diversos países tratam a impossibilidade de enxergar um espectro de cor de forma distinta.
Já vimos que acessibilidade e deficiência não são conceitos independentes entre si, que são dependentes do contexto sociocultural e que, quanto mais acessível for o ambiente, menos deficientes serão as pessoas com deficiência. Um ambiente digital - quer seja um aplicativo, sítio ou rede social - pode gerar dois efeitos iguais na intensidade, mas opostos entre si: exclusão ou inclusão de pessoas com deficiência.
É desejável e necessário que as pessoas tenham consciência da acessibilidade das redes sociais, aplicativos, sistemas operacionais e outras plataformas com as quais trabalham. Nem todas são acessíveis, mas todas podem se tornar acessíveis.
Um ambiente acessível, além de beneficiar as pessoas com deficiência, traz benefícios para uma ampla variedade de pessoas e empresas. Ele possibilita que qualquer usuário encontre a informação de forma mais rápida, preencha formulários com mais confiança e menos erros, e tenha um diálogo mais transparente com todos.
É importante lembrar que devemos deixar nossos ambientes digitais acessíveis, mas isso não significa que para torná-los acessíveis seja necessário enchê-los de plug-ins, filtros e outras traquitanas. Esses penduricalhos, muitas vezes desnecessários, tornam a página ainda mais pesada de carregar. Tempo de carregamento é importante não só para pessoas com deficiência, mas também para todos que acessam a Internet via celular ou que não têm acesso à banda larga.
Já há algum tempo, os edifícios têm se preparado para receber as pessoas com deficiência (que utilizam seus próprios dispositivos adequados às suas necessidades), com a instalação de piso tátil, rampas de acesso, aberturas na medida correta, elevadores amplos, funcionários treinados e sinalização adequada. Se os indivíduos vão entrar com uma cadeira de rodas moderna ou com um modelo simples, de muleta ou de bengala, ou se irão se comunicar por Libras ou fazer leitura labial, a escolha é deles. A recomendação é sempre deixar o ambiente acessível - seja ele físico ou virtual -, deixando ao usuário a escolha do dispositivo de tecnologia assistiva de sua preferência.
Outra confusão muito frequente entre os desenvolvedores web é confundir acessibilidade com usabilidade e, pior, dizer que muitas vezes uma atrapalha a outra!
É comum ouvir, por exemplo, que a usabilidade foi "prejudicada" em um aplicativo porque não poderia ser utilizado um recurso "arrasta e solta" (drag n'drop) com o mouse. No entanto, nenhuma recomendação de acessibilidade proíbe o uso de comandos do mouse, apenas há a indicação para que, junto a estes, outras opções - como os atalhos de teclado - devem ser utilizadas.
Oferecer mais uma forma de executar uma determinada ação, respeitando a escolha do usuário, também é um princípio da usabilidade!
A acessibilidade e a usabilidade têm diversos pontos em comum, mas a primeira se preocupa além do que é visto e manipulado pela pessoa. A acessibilidade, muitas vezes, está no código utilizado pelo sistema, algo que o usuário não vê.
A acessibilidade na Web refere-se à prática de fazer páginas web que possam ser utilizadas por todas as pessoas, sejam elas pessoas com deficiência ou não. Já a usabilidade permite que os usuários naveguem e interajam de forma desembaraçada, com confiança e poucos erros. São áreas complementares e ambas importantes.
A LBI define a tecnologia assistiva, ou ajudas técnicas, em seu artigo 3 inciso III como: "produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social".
Tecnologia assistiva, ou TA, pode ser ainda separada em recursos e serviços [19]:
Nesta cartilha, trataremos, sobretudo, de recursos de TA restritos ao conjunto que possibilita o acesso à Web.
Serão consideradas com deficiência visual total aquelas pessoas que não conseguem usar a visão para navegar, interagir ou obter informação numa página web.
Um programa leitor de tela (do inglês screen reader) é um tipo de software utilizado pelas pessoas cegas para interagirem com o computador. Ele captura as informações exibidas na tela e as apresenta em áudio (por meio de um sintetizador de voz) ou em braille (em um dispositivo conhecido como display braille ou linha braille), ou ainda simultaneamente por meio de ambos os recursos.
O programa leitor de telas possibilita a interação do usuário com os objetos, sem a utilização do mouse. Isso significa que comandos de teclado devem sempre estar disponíveis para acionar um link, ou um botão, para selecionar uma opção, abrir uma caixa combinada etc.
Todos os leitores de tela já são instalados com algum sintetizador de voz incorporado, podendo este ser substituído de acordo com as preferências e possibilidades do usuário.
Além das pessoas que têm deficiência visual, os leitores de tela são também utilizados por indivíduos com certas modalidades de surdocegueira e, em alguns casos, por aqueles com distúrbio da leitura, da cognição e com múltipla deficiência.
Existem diversos leitores de tela, sendo que eles podem diferir bastante entre si dependendo de vários fatores, dentre os quais:
No caso das linhas braille, a interface é mais complexa. Além de mostrarem o conteúdo da tela, esses dispositivos possuem teclas para comandar diretamente os leitores de tela. Evita-se, assim, que o usuário necessite reposicionar constantemente as mãos para ler a linha braille e digitar no teclado do computador.
Leitores de telas utilizados no Brasil
Leitor |
Sistema operacional |
Custo* |
---|---|---|
Windows |
Gratuito |
|
Jaws [21] |
Windows |
Pago |
NVDA [22] |
Windows |
Gratuito |
Orca [23] |
Linux |
Gratuito |
Virtual Vision [24] |
Windows |
Pago |
VoiceOver [25] |
macOS/iOS |
Nativo nos ambientes Apple |
TalkBack [26] |
Android |
Nativo nos ambientes Android |
* Alguns programas/aplicativos pagos possuem modalidades gratuitas para teste.
[5] O DOSVOX é um sistema operacional com diversos programas de apoio, além de um leitor de tela, executado em Windows 95 ou superior.
Os leitores de tela trabalham em conjunto com os sintetizadores de voz, que são as vozes utilizadas pelo sistema. Existem muitas aplicações para os sintetizadores. Pessoas com deficiência visual os usam em conjunto com os leitores de telas, que são sempre distribuídos com um ou mais sintetizadores de voz. Existem vozes pagas e gratuitas, as quais geralmente recebem nomes de pessoas como Felipe, Luciana, Raquel, Liane etc.
O braille é o sistema de escrita e leitura usado pelas pessoas cegas. Baseia-se numa matriz, chamada cela, de seis pontos em relevo dispostos em três linhas e duas colunas. Todas as letras do nosso alfabeto e todos os demais caracteres são formados pelas diferentes combinações da presença ou ausência de cada um desses pontos.
Os displays braille são dispositivos eletrônicos capazes de criar dinamicamente uma linha de escrita por meio de pequenos pinos que sobem e descem, conforme os pontos do sistema braille.
Alguns displays braille podem funcionar isoladamente, como uma agenda, um dispositivo para leitura em livros eletrônicos ou notebook. Quando ligada a um computador, a ferramenta funciona como um substituto da tela, recebendo do programa leitor de telas as informações que devem ser mostradas em braille.
Apesar de serem ambos utilizados como interface de saída para os leitores de telas, sintetizadores de voz e displays (ou dispositivos) braille possuem características muito diferentes, de modo que não podemos considerá-los como alternativas equivalentes.
Existe uma grande diversidade de impressoras braille. Elas podem variar quanto à velocidade de impressão, ao ruído, peso, tamanho e a sua resistência. Podem variar também quanto à possibilidade de impressão em ambos os lados do papel (interponto), ao tamanho máximo da linha e da página, aos tipos de papel que podem ser utilizados, à qualidade do braille impresso e à possibilidade de imprimir folhas soltas ou formulário contínuo. Existem, assim, algumas impressoras mais adequadas à produção em série e outras ao uso doméstico.
Tal como acontece no caso dos displays, também para as impressoras braille é importante considerar a viabilidade de manutenção.
Existem diversos programas editores de texto especializados nesse tipo de impressão. No Brasil, o mais utilizado é o Braille Fácil [27], desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e distribuído gratuitamente.
Pessoas com baixa visão podem utilizar desde os recursos de TA das pessoas cegas, principalmente no caso de pessoas com baixa visão mais severa, até ampliadores de tela. Um ampliador de tela é um software que funciona como uma lupa para ampliar a área da página onde o foco está posicionado.
Sistemas operacionais como Windows e o Mac OS, disponibilizam, dentre seus recursos de acessibilidade, ferramentas para ampliação de tela. O software Orca, para Linux, além de leitor é também ampliador de telas.
A tabela abaixo apresenta uma lista com outros ampliadores de tela disponíveis para download.
Exemplos de ampliadores de tela disponíveis no mercado
Ampliador |
Sistema operacional |
Custo* |
LentePro [28] |
Windows |
Gratuito |
MAGic [29] |
Windows |
Pago |
Magical Glass [30] |
Windows |
Gratuito |
Virtual Magnifying Glass [31] |
Windows, Linux, macOS |
Gratuito |
Zoomtext [32] |
Windows |
Pago |
* Alguns programas/aplicativos pagos possuem modalidades gratuitas para teste.
Além desses recursos, as pessoas com baixa visão utilizam:
Para melhorar a experiência de acesso a sítios web, alguns usuários com daltonismo alteram a configuração e personalizam as cores de fundos e textos, além de aumentarem o tamanho de fontes e imagens, com o objetivo de melhorar os contrastes.
No caso da deficiência auditiva, a tecnologia assistiva é mais recente, mas têm ganhado força e melhorado nos últimos anos. Além das ferramentas de transcrição e legendagem (sejam automáticas ou manuais), há também a disponibilização de software de tradução automática da língua portuguesa para Libras.
Para conseguirem ter acesso aos conteúdos e funcionalidades dos sítios web, as pessoas com deficiência auditiva e surdas precisam de recursos de acessibilidade específicos para as línguas nas quais são fluentes, de modo que se faz necessário tanto o uso das legendas em português, quanto da tradução para Libras. Vale lembrar que a acessibilidade em Libras é necessária não somente nos conteúdos audiovisuais, mas também nos textuais em português, já que alguns surdos não compreendem a língua escrita.
Recomenda-se que todo áudio/vídeo gravado tenha uma transcrição. Além de essencial para pessoas com deficiência auditiva, a alternativa em texto também é importante para usuários que não possuem equipamento de som, que desejam apenas realizar a leitura do material ou não dispõem de tempo/banda para ouvir um arquivo multimídia.
Os tradutores automáticos de Libras se utilizam de personagens em 3D (avatares) para realizar a tradução dos conteúdos. Alguns tradutores de Libras são utilizados em aplicativos de dispositivos móveis e possibilitam a comunicação do surdo com o ambiente e as pessoas ao seu redor.
No que tange ao acesso web, os tradutores de Libras se apresentam de três formas:
"embarcados" em sítios, como plug-ins e como aplicativos. Todos os tradutores de Libras são gratuitos para o usuário e seu funcionamento é semelhante aos de leitores de tela. .
Tradutores de Libras disponíveis no mercado
Tradutor[7] |
"Embarcado" no sítio web |
Extensão navegador |
Aplicativo* |
|
Para dispositivos móveis |
Para computadores |
|||
Hand Talk [33] |
sim |
não |
sim |
não |
sim |
não |
sim |
não |
|
Rybená [35] |
sim |
não |
sim |
não |
VLibras [36] |
não |
sim |
sim |
sim |
[7] *Nenhum dos aplicativos para dispositivos móveis traduz diretamente um texto de uma página web do navegador (considerando suas versões em dezembro de 2017). O aplicativo para computadores do VLibras permite a tradução de texto diretamente de uma página web ou de documentos no computador.
** A ProDeaf foi adquirida pela Handtalk em junho de 2018.
As pessoas com surdocegueira, dependendo da severidade da deficiência, podem usar a linha braille, que exibe dinamicamente em braille a informação da tela por meio de uma ligação na porta de saída do computador, além de leitores e ampliadores de tela.
Algumas pessoas com deficiência física não conseguem utilizar os dispositivos tradicionais como mouse, teclado, ou ambos. Para acessar o computador, elas utilizam variados recursos de tecnologia assistiva, tais como:
As pessoas com deficiência na fala geralmente não enfrentam barreiras no acesso à Web, mas podem fazer uso de comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa [19]. As barreiras podem estar associadas a controles que dependem exclusivamente de comandos verbais, como controles por voz.
Dependendo da severidade da deficiência, as pessoas com deficiência intelectual podem fazer uso de comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa. Também é comum alterar o tamanho da fonte e o contraste. Em alguns casos, são utilizados os leitores de tela ou sintetizadores de voz, e ainda plug-ins e extensões para desligar "ruídos" nas páginas, como propagandas e elementos animados.
Apesar dos recursos disponíveis - que, como visto, não beneficiam apenas as pessoas com deficiência - ainda temos barreiras que impedem a plena convivência das pessoas com deficiência no mundo digital. Muitos desenvolvedores e gestores ainda pensam que a acessibilidade na Web não é algo importante, pois ela serve apenas às pessoas com deficiência.
Assim, é preciso que a eliminação dessas barreiras vire rotina. Muitas vezes há certa resistência, por termos uma vida bastante atribulada e nosso preconceito estar naturalizado - o "sempre foi assim" nos impede de prosseguir. No entanto, a tecnologia e a cultura têm avançado e para estas questões, modificamos nosso comportamento a todo momento para nos adequarmos a estes novos padrões, como o uso do celular, por exemplo. Por que, então, não aprender a conviver com quem é diferente?
Qualquer pessoa que já acessou a Web para utilizar um serviço ou aplicativo já enfrentou algum tipo de dificuldade, seja ao preencher um campo em um formulário on-line ou decodificar um captcha. Todos nós já nos frustramos com algum sítio web que demorou para carregar ou que continha letras tão pequenas e tão claras que tivemos que aumentar o texto para entender.
Aquilo que para muita gente é só uma pequena dificuldade ou aborrecimento, para pessoas com deficiência pode ser uma barreira que impossibilita a navegação e interação na Web.
A LBI[4], em seu artigo 3, inciso IV, define as barreiras como:
"(...) qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
Barreiras em sítios e serviços web são, primariamente, tecnológicas, mas também podemos considerá-las comunicacionais e atitudinais. Comunicacionais no sentido de que a Web é um meio pelo qual as pessoas recebem, trocam e publicam informações; e atitudinais porque muitas vezes a escolha por não ser acessível é deliberada.
É importante lembrar que uma barreira pode impedir não apenas uma pessoa com um determinado tipo de deficiência, mas um contingente muito maior. A seguir listamos algumas dessas barreiras, de forma não exaustiva.
São inúmeras as barreiras encontradas por essas pessoas, pois, além de herdarem as barreiras das pessoas com cegueira, baixa visão, surdez e dificuldade de ouvir, a sobreposição das deficiências potencializa as respectivas barreiras de acesso. Para criar páginas acessíveis para pessoas com surdocegueira deve-se considerar principalmente as barreiras listadas para deficiência visual e auditiva.
1. Agência IBGE Notícias: PNAD Contínua 2016: 51% da população com 25 anos ou mais do Brasil possuíam apenas o ensino fundamental completo. Dezembro de 2017. Acesso em 20 de junho de 2018.
Disponível em <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/ agencia-noticias/ 2013-agencia-de-noticias/releases/18992-pnad-continua-2016-51-da-populacao-com-25-anos-ou-mais-do-brasil-possuiam-apenas-o-ensino-fundamental-completo.html>
2. Instituto Paulo Montenegro. Inaf 2015 - Alfabetismo no Mundo do Trabalho. Maio de 2016. Pag. 7. Acesso em 20 de junho de 2018.
Disponível em <http://www.ipm.org.br/relatorios>
3. W3C. Diversity of Web Users. Maio de 2017. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
Disponível em: <https://www.w3.org/WAI/ intro/people-use-web/ diversity>
4. Brasil. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/ 2015/lei/l13146.htm>
5. Brasil. Decreto no 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2007-2010/ 2009/Decreto/D6949.htm>
6. CIF: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://biblioteca.cofen.gov.br/cif-classificacao-internacional-de-funcionalidade-incapacidade-e-saude/>
7. ONU. The Invisibility of Disability. ONU. 2016. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
Disponível em: <http://www.un.org/disabilities/ documents/sdgs/ infographic_statistics_2016.pdf>
8. SDH-PR/SNPD. Cartilha do Censo de 2010 - Pessoas com Deficiência. Brasília 2014. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/ pessoa-com-deficiencia/ dados-estatisticos/ arquivos/ cartilha-do-censo-2010-pdf/view
9. Revista Fapesp. O preço da longevidade. 2011. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/ 2011/11/30/ o-preco-da-longevidade/>
10. Governo do Estado de São Paulo. Relatório Mundial sobre a Deficiência. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://www.pessoacomdeficiencia. sp.gov.br/ relatorio-mundial-sobre-a-deficiencia>
11. W3C. Web Accessibility Initiative (WAI). Home page. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
Disponível em: <http://www.w3.org/WAI/>.
12. eMAG - Modelo de Acessibilidade do Governo Brasileiro. Acesso em 22 de maio de 2018. Disponível em: <http://emag.governoeletronico.gov.br/>
13. Fundação Dorinia Norwill. O que é visão subnormal ou baixa visão?. Acesso em 27 de julho de 2018.
Disponível em <https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/o-que-e-visao-subnormal-ou-baixa-visao/>
14. World Federation of Deaf - WFD. Advancing human rights and sign language worldwide. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
Disponível em: <https://wfdeaf.org/our-work/human-rights-of-the-deaf/>
15. Instituto Benjamin Constant. Conceituando surdocegueira. Acesso em 22 de maio de 2018. Disponível em: <http://www.ibc.gov.br/paas/308-conceituando-a-surdocegueira
16. Unicamp. Projeto Todos Nós - Deficiência de Fala. 2005.
Disponível em: <http://eurydice.nied.unicamp.br/ portais/todosnos/nied /todosnos/historico/ mudanca-nos-espacos-e-nas-atitudes/ cartilha-conviva-com-a-diferenca/cartilha.pdf/cartilha.pdf>
17. Câmara dos Deputados. Glossário de Acessibilidade.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/a-camara/programas-institucionais/inclusao-social-e-equidade/acessibilidade/o-programa/glossario.html>
18. MEC. Programa de capacitação de recursos no ensino fundamental - deficiência múltipla. Ministério da Educação e Cultura. 2000. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/ arquivos/pdf/ def_multipla_1.pdf>
19. Assistiva - Tecnologia e Educação - O que é tecnologia assistiva? Mara Lúcia Sartoretto e Rita Bersch. 2017. Acesso em 22 de maio de 2018.
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20. Projeto DOSVOX. Acesso em 22 de maio de 2018.
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23. ORCA. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
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24. Virtual Vision. Acesso em 22 de maio de 2018.
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27. Braille fácil. Acesso em 22 de maio de 2018.
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28. LentePro. Acesso em 22 de maio de 2018.
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29. MAGic. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
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30. Magical Glass. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
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32. Zoomtext. Acesso em 22 de maio de 2018. Em inglês.
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36. VLibras. Acesso em 22 de maio de 2018.
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37. Jornal Brasileiro de Neurociência. Tecnologias assistivas para indivíduos surdocegos - José Carlos da Cunha, Rodrigo Villaverde Cendon e Percy Nohama. 2009. Acesso em 22 de maio de 2018. Disponível em: <https://www.abnc.org.br/ jbnc_art_down.php?id=566>
38. Casey Henry. CAPTCHAs' Effect on Conversion Rates. 2009. Acesso em 22 de maio de 2018. Disponível em: <https://moz.com/blog/captchas-affect-on-conversion-rates>
39. Lêda Spelta e Horácio Soares. CAPTCHA, herói ou vilão? Acesso em 22 de maio de 2018. Disponível em: <http://acessodigital.net/art_captcha-heroi-ou-vilao.html>
40. Talita Cristina Pagani Britto. GAIA: uma proposta de guia de recomendações de acessibilidade web com foco em aspectos do autismo. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de São Carlos. Acesso em 22 de maio de 2018.
Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/ handle/ufscar/ 8683>